A Indústria Cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente.
Os valores humanos são deixados de lado em troca do interesse econômico.
O que passou a reger a sociedade foi a lei do mercado, e com isso, quem conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida, talvez, conseguiria sobreviver; aquele que não conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida ficava a mercê dos dias e do tempo, isto é, seria jogado à margem da sociedade.
Nessa corrida pelo ter, nasce o individualismo, que é o fruto de toda essa Indústria Cultural.
Tudo se torna negócio.
Enquanto negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais.
Um exemplo disso é o cinema.
O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação.
Portanto, podemos dizer que a Indústria Cultural traz consigo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce um papel especifico, qual seja, o de portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema.
O homem não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, objeto.
O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho.
Ganha um coração-máquina.
Tudo que ele fará, fará segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante.
A Indústria Cultura, que tem com guia a racionalidade técnica esclarecida, prepara as mentes para um esquematismo que é oferecido pela indústria da cultura – que aparece para os seus usuários como um “conselho de quem entende”.
O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar, é só escolher.
É a lógica do clichê.
Esquemas prontos que podem ser empregados indiscriminadamente só tendo como única condição a aplicação ao fim a que se destinam.
Nada escapa a voracidade da Indústria Cultural.
Toda vida torna-se replicante.
Texto adaptado de "Indústria cultural e sociedade"
de Theodor Adorno
sábado, 5 de maio de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário