terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cada um com seus problemas

Ana é asiática, seu pai é negro e sua mãe, caucasiana.
Ela tem quinze anos e acredita não ser adotada, mas uma mutação genética.

Edson que perder uma perna, pois assim ganhará mais esmolas.

John e Mary foram separados no nascimento e, depois de vinte e três anos, sem saber que eram irmãos, se encontraram em Paris.
Hoje, são casados há onze anos.

Carlos, homossexual convicto, mudou o nome para Shirley e fez cirurgia para trocar de sexo.
Quando acordou, apaixonou-se perdidamente pela enfermeira.

O tenente Jonas tem de cortar o fio vermelho para desarmar a bomba.
Ele é daltônico.

Douglas é formado em engenharia pelo ITA, fez mestrado em Harvard e doutorado em Columbia.
Hoje, ele é cartunista.

O maior medo de André era ter um filho gay.
Ele teve gêmeos que hoje ganham a vida fazendo filmes pornôs juntos para o público gay.

Para Maria, é melhor sua filha ser prostituta que protestante.

William perdeu seu emprego para o robô que ele inventou.

No dia de seu casamento, Joana flagrou seu marido com o padre.
Ela tinha acabado de assinar os papéis.

Susana se jogou do oitavo andar para se matar.
Ela sobreviveu.

Noel é cego e tem medo do escuro.

Samuel investiu todo seu dinheiro para construir a casa de seus sonhos.
No dia da inauguração, a casa foi completamente destruída por um asteróide.

Rogério é ninfomaníaco e dorme todas as noites com Edna, sua terapeuta.

Todo mês, Fernanda consulta uma cartomante para decidir se vai pintar o cabelo de vermelho ou loiro.

José foi andando para trás para poder tirar uma foto melhor e acabou caindo num abismo.
Seus filhos riem até hoje quando se lembram deste fato.

Elias foi condenado injustamente e passou dezessete anos na prisão.
No dia de sua liberdade, um garoto gravando um vídeo para colocar no youtube se jogou na frente de seu carro e acabou morrendo.
Elias foi condenado injustamente e passou dezessete anos na prisão.

Mariana leu um livro sobre se alimentar de luz. Ponto.




nota: todos os personagens são fictícios, qualquer semelhança blábláblá, é, vocês entenderam.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Nota sobre a memória

Como uma mensagem em ondas de rádio enviada ao espaço sideral, alguns momentos que penetram na memória iniciam uma longa jornada na escuridão, suspensos no vácuo, até algum distante tempo-espaço, onde são captados por uma civilização mais avançada, decodificados e compreendidos ou erroneamente interpretados.
Mas os fatos guardados na memória são também como a luz das supernovas, que só enxergamos muito tempo depois da morte da estrela, mas que nos fazem acreditar que ela ainda está lá, viva e brilhante, e que os sonhadores seguem na chance de descobrir novas terras.