segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dois mil e nunca - fato #12

 
Question 1


The famous statement "Cogito ergo sum" or in its original "Je pense donc je suis", written by René Descartes, can be translated in English as:

a) "I think, therefore I am"
b) "I think, therefore I pod"
c) "I think, therefore I tunes"
d) "I think, therefore I phone"

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Memória de Elefante - 3

 
No jardim de infância, eu estudava numa escolinha alemã.
Lembro de achar tudo enorme, o pátio, as quadras, as professoras, meus pais...
Lembro de alguns coleguinhas, como um menino que se chamava Carlos que ligava quase todo dia para bater papo, uma menina loirinha que se chamava Laila e brincava com os meninos, ao contrário de um ruivo chamado Bruno, que queria ser uma menina e este nome me faz lembrar de outro Bruno, filho único que tinha todos os brinquedos do mundo.
Lembro de uma vez que era aula de alemão e a professora, uma loira de óculos enormes, estava ensinando palavras básicas, das quais eu não lembro uma sequer, como sol, nuvem, chuva, céu, árvore, essas coisas, e tinha uma historinha da qual eu não me esqueço em que a nuvem chorava no céu e então chovia.
Era só uma historinha, mas para mim, um japonesinho de quatro anos bochechudo, desavisado, ingênuo e inocente, acreditei na história com rigor científico, afinal, ensinaram na escola que é lugar de se aprender as coisas, e contei todo feliz quando cheguei em casa que naquele dia ensinaram porque chovia.
Foi quando minha mãe e meu pai contaram que as nuvens não choravam e não eram seres vivos e explicaram o ciclo da água para mim.
Acho que quando se conta a uma criança que Papai Noel não existe, ela deve sentir a mesma coisa que senti naquele momento. Uma tristeza com desilusão com uma sensação de ser gente grande. 
Não chorei e acho que foi a partir de então que comecei a questionar tudo. Acho que é por isso que nunca precisaram me contar que Papai Noel não existe.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Nantes

 
Obrigado por existir.



Memória de Elefante - 2

 

Quando eu tinha uns quatro anos, lembro que meus tios tinham uma casa em um condomínio em Ubatuba.
No caminho, quando descíamos a serra e eu passava mal e meus os ouvidos tampavam, eu reclamava que estava com serra, assim, como se fosse uma doença.
O condomínio tinha um chão de módulos hexagonais, um parquinho de madeira, uma piscina grande, que eu nunca entrei porque ficava na pequena, onde brincava com boias no braço com outros meninos. Um deles chamava-se Bruno e sempre estava com o avô, que se chamava Cauã. Perto da piscina tinha um salão de jogos, onde eu me machuquei jogando pebolim com meu primo. A razão é que eu era pequeno e ficava tão próximo à mesa que quando meu primo mexia os jogadores em minha direção, a haste me acertava.

Lembro de uma vez que chegamos cedo e tomamos café da manhã na casa. Era um dia ensolarado e a luz que entrava pelas janelas no alto e pela porta aberta iluminava o chão de pedra cinza, a sala e a escada que ia para os quartos.
O leite estava muito quente e eu que era uma criancinha não conseguia tomar. Então minha prima pegou uma outra xícara e ficou passando o leite de uma xícara a outra para esfriar mais rápido. Acho que foi a primeira vez que vi alguém fazer isso e até hoje guardo a cena na memória com carinho.



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Memória de Elefante - 1

 

Já ouvi dizer que nossa memória não guarda coisas de quando temos dois anos de idade. 
É mentira.
Ou senão, toda regra tem sua exceção. 
Lembro-me de quando meu avô veio do Japão quando eu tinha dois anos. E com detalhes.
Estava nublado e as cortinas estavam fechadas. Eu estava sentado no tapete da sala, perto de dois sofás claros e meu avô trouxe um robô de brinquedo. Ele me disse algumas coisas que não lembro e logo eu estava brincando com ele, uma guerrinha de almofadas marrons, até que minha mãe apareceu e me mandou parar de dar almofadadas no meu avô, porque senão ele não viria mais. Eu parei na hora.
É a única memória que tenho dele.






sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Idioleto



Quatro são os estados da matéria, as fases da lua e as fases da vida; quatro são os elementos primordiais e os pontos cardeais; quatro são as operações básicas da matemática, os naipes do baralho e as folhas do trevo da sorte; quatro é o número sagrado dos zia e quatro são as nobres verdades do budismo, as matriarcas do judaismo, as faces dos querubins, os tronos de deus e os arcanjos do islamismo e os objetivos da vida do hinduismo; quatro são os planetas do sistema solar gasosos e quatro são os rochosos; quatro são as luas de júpiter; quatro são os nucleotídeos do dna e do rna, as câmaras que existem em nossos corações e os tipos sanguíneos que por elas correm; quatro é a valência do carbono que é a base da vida na terra; quatro são as forças fundamentais que regem o universo que tem quatro dimensões; quatro é a base da quadratura na música, o mais utilizado número de pulsos em um compasso, as cordas dos quatro instrumentos mais utilizados em orquestras e os movimentos de uma sinfonia.
Quatro são as estações do ano.
Assim sendo, que continuem as estações.