sábado, 31 de janeiro de 2009

Reflexos e Reflexões


O título é desnecessário.

Este vídeo é resultado de algumas experiências visuais (também feitas em fotografia, disponíveis no meu flickr) que buscam sobreposições, colagens, ambiguidades, estranhamento e outros conceitos tão presentes nos artistas visuais, mas por meio da mera documentação do mundo real.
É claro que o conceito do vídeo vai além de um simples experimento visual e busco, acima de tudo, entrelinhas. Portanto, poupem-me do pedantismo, tirem suas próprias conclusões e divirtam-se.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Dois mil e nunca - fato #1424


"Telepatia" era o nome popular da mais potente tecnologia de transmissão de pensamentos wi-fi.
Tal tecnologia era eficiente para comentários maldosos sobre outras pessoas, mas jamais foi capaz de substituir um olhar.

Dois mil e nunca - fato #1423


Quando tudo havia sido digitalizado, as pessoas começaram a fazer downloads de livros, do ciberespaço direto para o próprio cérebro.
Quando o download estava concluído, porém, equivocadamente, as pessoas reclamavam que os arquivos digitais estavam mal traduzidos para informação binária e que as entrelinhas chegavam corrompidas, isso quando chegavam.
Mal sabiam elas que nem mesmo um cérebro quântico, inventado somente séculos depois, seria capaz de concluir downloads de entrelinhas.

Dois mil e nunca - fato #28954


Os animais da espécie homo sapiens, estavam à beira da extinção completa.
Os pandas sapiens, então, como uma forma de retribuição pelo passado, começaram a criá-los em cativeiros.
Não demorou muito, porém, para a população de hominídeos proliferar e gerar um excesso populacional, que foi combatido com castração e colocando os homens a venda em pet-shops.


Dois mil e nunca - fato #221


Quando os arqueólogos encontraram fitas do reality show Big Brother, ficaram perplexos com aquele experimento social-psicológico que testava os limites da estupidez humana.
Não só dos participantes, mas da estupidez dos que assistiam ao programa, claro, e aquilo foi tido como a prova cabal de que os seres humanos possuiam acefalia crônica.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Dois mil e nunca - fato #5891


Uma pequenina comunidade de sobreviventes do dia do Pseudo-Apocalipse, buscando uma estrela guia, buscando uma diretriz para seguir após a quase-completa-destruição-da-humanidade, encontrou, em meio às ruínas e às cinzas, um antigo livro. 
Tomaram o fato como um milagre, como um sinal enviado pelos deuses, e basearam-se no tal livro sagrado para darem continuidade ao legado humano.
Hoje, dois mil anos após este dia, os descendentes daqueles sábios homens continuam a aguardar o glorioso retorno de Harry Potter.


Dois mil e nunca - fato #497


Você é vegetariano? 
Ecologicamente correto? 
Abraça árvores e queria ser uma samambaia?
Tem dó das alfaces brutalmente assassinadas todos os dias em nossas saladas?
Seus problemas acabaram!
Com a última tecnologia de manipulação genética da MTH Genetic Corporation, você agora pode fazer fotossíntese e ficar longe do pecado da gula!
Ligue agora e ganhe uma lanterna solar para se alimentar a qualquer hora do dia!
MTH Genetic Corporation, ajudando você a superar sua condição humana!


Dois mil e nunca - fato #865


Professor-robô: - Crianças, na antiguidade, praticamente toda a humanidade seguia cegamente a religião midiática, cujos estranhos cultos são conhecidos por dedicar-se ou submeter-se a horas a frente de um objeto pré-histórico chamado televisão e absorver suas palavras como sendo a verdade que regia o universo.

Crianças-alienígenas-cabeçudas: - Hahahahaha!


Dois mil e nunca - fato #99


Arqueólogos do futuro descobrem que, em um passado distante, havia um deus chamado Google, que estava em todos os lugares ao mesmo tempo e possuia todo o conhecimento do mundo, inclusive detalhes da vida pessoal dos humanos daquela época.


Dois mil e nunca - fato #82


Em um futuro longínquo, um garoto descobre que tudo em seu mundo é artificial, inclusive sua inteligência.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Idioleto


Até então, tudo lhe era incrivelmente previsível.
O Sol nasce de cá, a Terra gira para lá, uma árvore cai aqui e uma bomba, acolá.
Nada lhe era completamente novo.
Foi quando, ainda jovem, partiu de sua cidade e enterrou seus sonhos, para que ninguém os roubasse.
Partiu, acreditando que o mundo era uma grande máquina movida por mais de seis bilhões de engrenagens igualmente previsíveis.
Ele, assim como todas as outras partes mecânicas daquele mundo, possuia um coração que batia, previsivelmente, repetitivamente e, por que não, cansativamente, em 4/4.
Foi então que foi pego de surpresa.
Aquela série de eventos aleatórios ocorridos pouco antes de sua jornada havia alterado seu funcionamento, sem que ele percebesse.
Ainda podia ouvir aquela pulsação em 4/4, mas percebeu que seus pés dançavam uma valsa sobre um chão de vidro.
Não podia determinar ao certo desde quando, nem como e muito menos o porquê, mas já era tarde.
Aquele estranho paradoxo ternário já havia começado, sem que ele pudesse prever o final daquela valsa.
Tudo o que ele podia fazer era esperar, e deixar que aqueles pulsos entrassem em sincronia, sem se preocupar com o resultado das tangentes daquela poliritmia.
Assim sendo, que comecem as estações.