terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Carequismo

O Carequismo é um movimento ecológico surgido durante uma conversa informal de duas pessoas cabeludas de saco cheio de vegetarianos com postura de crentes evangélicos na primeira década do século XXI.
O movimento defende um utópico mundo em que todos são carecas por livre arbítrio por todas as vantagens que isto traria à humanidade, e pretende convencer as pessoas pelos seguintes argumentos:
  1. Cabelo atrapalha. Prende ali, alguém puxa de lá, cai na cara, entra no olho, etc.
  2. Cabelo dá trabalho. Corte que fica estranho, tintura que desbota, chapinha que não pode molhar, precisa lavar, hidratar, secar, passar condicionador, cera, gel, creme, etc.
  3. Cabelo mostra a idade. Todo mundo quer esconder um fio branco. Se não tem fio branco (nem de qualquer outra cor), não tem o que esconder.
  4. Economia de água. Todo mundo sabe que cuidar das madeixas é o que mais gasta água durante um banho. Calculando uma média de 15 minutos de banho com cabelo e de 5 sem, o consumo de água cairia de 135 para 45 litros.
  5. Economia de tempo. Menos tempo no banho, menos tempo secando o cabelo e passando poções mágicas, menos tempo no cabeleleiro. Estima-se que haveria um ganho útil de pelo menos cinco anos de vida sendo careca.
  6. Menos substâncias químicas. Menor exposição a produtos químicos, garantindo melhor qualidade de vida e menos poluentes despejados nos rios e mares.
  7. Mais roupas ecológicas. Já há gente que faz tecido com cabelo humano. Não precisariamos de campanha do agasalho se todo cabelo fosse transformado em roupas.
  8. Solidariedade com os carecas. Os desprivilegiados geneticamente passarão a se sentir privilegiados.
Olha, isso poderia até ser uma boa idéia e traria melhorar significativas em termos ecológicos, mas está aqui de palhaçada. Você lendo isso deve ter pensado em uma dúzia de contra argumentos, mas a questão é que se você convencer um vegetariano a virar adepto do carequismo, por favor, me avise.
Se você não entendeu o nexo entre o carequismo e o vegetarianismo, procure-me mais tarde. 
E antes de qualquer equívoco, isto não foi o manifesto carequista, sou cabeludo e como picanha.