terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Memória de Elefante - 2

 

Quando eu tinha uns quatro anos, lembro que meus tios tinham uma casa em um condomínio em Ubatuba.
No caminho, quando descíamos a serra e eu passava mal e meus os ouvidos tampavam, eu reclamava que estava com serra, assim, como se fosse uma doença.
O condomínio tinha um chão de módulos hexagonais, um parquinho de madeira, uma piscina grande, que eu nunca entrei porque ficava na pequena, onde brincava com boias no braço com outros meninos. Um deles chamava-se Bruno e sempre estava com o avô, que se chamava Cauã. Perto da piscina tinha um salão de jogos, onde eu me machuquei jogando pebolim com meu primo. A razão é que eu era pequeno e ficava tão próximo à mesa que quando meu primo mexia os jogadores em minha direção, a haste me acertava.

Lembro de uma vez que chegamos cedo e tomamos café da manhã na casa. Era um dia ensolarado e a luz que entrava pelas janelas no alto e pela porta aberta iluminava o chão de pedra cinza, a sala e a escada que ia para os quartos.
O leite estava muito quente e eu que era uma criancinha não conseguia tomar. Então minha prima pegou uma outra xícara e ficou passando o leite de uma xícara a outra para esfriar mais rápido. Acho que foi a primeira vez que vi alguém fazer isso e até hoje guardo a cena na memória com carinho.



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