segunda-feira, 12 de maio de 2008

1° Aniversário

Hoje, percebi que faz pouco mais de um ano que escrevo aqui.
Antes, eu escrevia coisas idiotas em um blog feio sem diagramação nenhuma.
Não que hoje seja muito diferente, dirão alguns de vocês, mas pelo menos este blog é mais bonito, tem melhor diagramação e, modéstia à parte, vocês hão também de convir que há aqui nestas, até então, oitenta e quatro postagens, algumas coisas boas.
Algumas.
Hoje, reli
os textos e revi as imagens postados ao longo deste ano.
Posso dizer que foi como abrir um antigo álbum de fotos e pensar "Como eu mudei!" ou "Nesta época, eu ainda acreditava nestas coisas." ou até "Caramba, eu gostava disso! Que mal gosto!"
Em algumas fotos, saí bem, enquanto em outras, sinto aquela vergonhazinha ao ver.
Mas assim como não tiramos as fotos feias dos álbuns, resolvi não apagar os textos ruins.
Foi então que refleti e vi que este foi um ano repleto de mudanças.
Não, minha vida social não mudou nada ou quase nada, continuo basicamente ancorado à mesma rotina e apegado às mesmas pessoas.
Todavia, minha mente tomou outros caminhos, dividindo-se e percorrendo outras bifurcações do jardim.
De tanto me perder no labirinto, aprendi algumas de suas rotas e armadilhas e já não me é tão essencial o fio de Ariadne.
Mais que achar alguns textos, que antes eu gostava, ruins, o que me surpreendeu foi interpretar outros sob um novo olhar e achá-los bons.
Ainda mantenho o pensamento crítico para tudo, mas se as fases da aceitação são: negação, raiva, barganha, depressão e, enfim, aceitação, pude ver com clareza que, pelo menos para algumas coisas da vida, já passei por todas as etapas, e o olhar crítico já não envolve tanto a parte emocional.
Ao longo deste ano, algumas pessoas me olharam torto após lerem alguns textos e outras se aproximaram de mim.
Tive até a chance de compartilhar minhas idéias com ex-desconhecidos.
Já ouvi críticas e elogios por ser crítico.
Já me perguntaram se sou um infeliz, afinal, a maioria dos textos são melancólicos.
A resposta para esta questão é que, como todos sabem, a bela poesia costuma ser colhida na árvore da melancolia.
Seus frutos são amargos e doces e conseguem tocar o ser humano onde incomoda e emociona.
Sei que ainda não domino a arte de materializar em palavras meus pensamentos, meus textos não são tão eficazes e tocantes quanto eu queria que fossem, talvez por isso eu possa ser um infeliz.
Tanto que esta, na verdade, não foi a melhor resposta para a pergunta em questão.
Acho que a melhor foi dada por Umberto Eco.
Não acretido na felicidade - estou dizendo a verdade. Acredito apenas na inquietude. Ou seja, nunca estou feliz por completo - sempre preciso fazer outra coisa. Mas admito que na vida existem felicidades que duram dez segundos ou meia hora [...]. Mas são momentos muito breves. Alguém que é feliz a vida toda é um cretino. Por isso, antes de ser feliz, prefiro ser inquieto. (ECO, 2008)
E por que, então, não expresso minha felicidade em letras brancas neste fundo preto?
Porque eu prefiro expressá-la por completo, prefiro não limitá-la com palavras e rimas.
Prefiro rir, sorrir, respirar e sentir que estou vivo.



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