sexta-feira, 16 de maio de 2008

Quantas cores tem o céu?

Acordei quando o sol focava seu olhar em meu andar, interrompendo um sonho em que eu estava a andar e a perguntar ao sol sobre as cores do céu.
Ainda pseudoacordado, ou talvez semidormindo, abri a janela para que o dia, de súbito, substituísse a noite escura de meu quarto.
Logo, o astro invadiu o cômodo com seus longo cílios que tudo iluminavam.
Não, desculpe, ele não invadiu.
Ele apenas entrou sem pedir licença, pois sabia que era bem vindo.
Sua presença radiante estava ali, por todo meu quarto, enquanto boiava alto na imensidão azul do firmamento.
Naquele dia, fitei o céu, prestando atenção em sua paleta de cores.
O azul celeste, o cinza tempestade, o o branco algodão, o cinza poluição e as cores do arco íris.
Logo, viria o negro da noite, salpicado com estrelas e fogos de artifício.
Apesar de ser incrível a riqueza de cores que navegavam sobre nossas cabeças, nenhum momento era mais belo que a aurora e o pôr do sol.
Quando o sol nasce ou se vai, quando está na linha do horizonte que separa o ontem e o hoje e o hoje do amanhã, ele mistura gotas do dia e da noite, transformando o céu em um espetáculo caleidoscópico.
Não era à toa que os apaixonados escolhiam aquele momento de matizes mutantes para se declararem à beira do mar, enquanto admiravam o imenso espelho d'água refletir o olho do céu e a espuma das ondas, alvas bailarinas, dançarem com a própria canção e mudarem a cor de seus vestidos.

Um comentário:

KK disse...

falar em "se declarar à beira do mar", a casa do Pablo Neruda em Isla Negra é de uma paisagem estonteante. Dá para entender porque ele escrevia tanto sobre o mar...