- Sabe, você deveria sair um pouco de seu quarto.
- Há, tá louco é, doutor? Só tem gente maluca neste hospício.
- Mas ir lá fora, no pátio, fará bem à sua saúde. Sabe, respirar um pouco de ar fresco...
- Não é seguro, doutor, já falei. Vai que um desses loucos aí me ataca quando eu estiver desprevenido? Essa gente não é normal, são completamente imprevisíveis. Ontem mesmo, a gordinha do 35 ficou rebolando pelada no corredor.
- Bom, mas ficar sozinho durante muito tempo neste quarto não vai te fazer bem algum.
- Tem razão, aqui também não é nada seguro. Posso mudar de quarto?
- Mas por que razão você acha que aqui não é seguro?
- Terceiro andar, qualquer dia desses a estrutura pode ceder, estou longe da saída em caso de incêndio... Quero um quarto no subsolo.
- Mas não temos subsolo...
- Que falta de segurança ein, doutor! Prédios ficam expostos a todo tipo de objeto voador, e todo objeto voador pode cair, um avião, um asteróide, um helicóptero, um disco voador...
- Ééééé... vamos ver, você não gosta de esportes? Futebol, talvez?
- Não, eu posso me machucar, quebrar a perna e até ter problemas cardíacos por esforço físico demasiado.
- Então que tal xadrez? Você que é inteligente se daria muito bem.
- Sim, obviamente eu seria um bom jogador, mas o adversário, ainda mais neste hospício, pode ter reações agressivas se perder, como enfiar a torre no meu cu e furar meus olhos com o bispo.
- Olha, você sabe muito bem porquê você está aqui. Seu irm
- Meu irmão é quem está louco! Ele fez sua cabeça, doutor! Eu estou muito bem e
- Pessoas normais não ficam sete meses trancafiados em sua própria casa. Sair e conviver com pessoas é o primeiro passo para ficar bem de verdade.
- Não saía nos dias de chuva porque podia escorregar, quebrar a coluna e ficar tetraplégico e nos dias de sol porque um motorista distraído podia me atropelar e fazer de mim um vegetal, e nenhuma das duas opções, para mim, é estar vivo.
- Mas, pelo que consta no relatório, você também não recebeu ninguém em sua casa, além de seu irmão.
- Bom, na verdade eu não o recebia, ele invadia minha casa, me deixando exposto a milhões de vírus e bactérias que ele trazia consigo.
- Entendo, entendo, entendo. Sabe, se você colaborar com o tratam
- Não vou colaborar coisa nenhuma porque, quantas vezes tenho de repetir, não sou louco! Meu irmão veio aqui, fez sua cabeça e agora estão ambos conspirando contra mim. Tenho de sair daqui imediatamente!
- Não, espere! Enfermeira! Traga um sedativo, rápido!
- Não, doutor, e se a enfermeira for uma paciente disfarçada e quiser me matar com uma injeção letal?
- Acalme-se, não há nada de letal nesta seringa.
- Mas pode ser heroína ou soro da verdade ou até mes
- Ufa... enfermeira, traga uma maca e encaminhe-o para a ala 4.
- Há, tá louco é, doutor? Só tem gente maluca neste hospício.
- Mas ir lá fora, no pátio, fará bem à sua saúde. Sabe, respirar um pouco de ar fresco...
- Não é seguro, doutor, já falei. Vai que um desses loucos aí me ataca quando eu estiver desprevenido? Essa gente não é normal, são completamente imprevisíveis. Ontem mesmo, a gordinha do 35 ficou rebolando pelada no corredor.
- Bom, mas ficar sozinho durante muito tempo neste quarto não vai te fazer bem algum.
- Tem razão, aqui também não é nada seguro. Posso mudar de quarto?
- Mas por que razão você acha que aqui não é seguro?
- Terceiro andar, qualquer dia desses a estrutura pode ceder, estou longe da saída em caso de incêndio... Quero um quarto no subsolo.
- Mas não temos subsolo...
- Que falta de segurança ein, doutor! Prédios ficam expostos a todo tipo de objeto voador, e todo objeto voador pode cair, um avião, um asteróide, um helicóptero, um disco voador...
- Ééééé... vamos ver, você não gosta de esportes? Futebol, talvez?
- Não, eu posso me machucar, quebrar a perna e até ter problemas cardíacos por esforço físico demasiado.
- Então que tal xadrez? Você que é inteligente se daria muito bem.
- Sim, obviamente eu seria um bom jogador, mas o adversário, ainda mais neste hospício, pode ter reações agressivas se perder, como enfiar a torre no meu cu e furar meus olhos com o bispo.
- Olha, você sabe muito bem porquê você está aqui. Seu irm
- Meu irmão é quem está louco! Ele fez sua cabeça, doutor! Eu estou muito bem e
- Pessoas normais não ficam sete meses trancafiados em sua própria casa. Sair e conviver com pessoas é o primeiro passo para ficar bem de verdade.
- Não saía nos dias de chuva porque podia escorregar, quebrar a coluna e ficar tetraplégico e nos dias de sol porque um motorista distraído podia me atropelar e fazer de mim um vegetal, e nenhuma das duas opções, para mim, é estar vivo.
- Mas, pelo que consta no relatório, você também não recebeu ninguém em sua casa, além de seu irmão.
- Bom, na verdade eu não o recebia, ele invadia minha casa, me deixando exposto a milhões de vírus e bactérias que ele trazia consigo.
- Entendo, entendo, entendo. Sabe, se você colaborar com o tratam
- Não vou colaborar coisa nenhuma porque, quantas vezes tenho de repetir, não sou louco! Meu irmão veio aqui, fez sua cabeça e agora estão ambos conspirando contra mim. Tenho de sair daqui imediatamente!
- Não, espere! Enfermeira! Traga um sedativo, rápido!
- Não, doutor, e se a enfermeira for uma paciente disfarçada e quiser me matar com uma injeção letal?
- Acalme-se, não há nada de letal nesta seringa.
- Mas pode ser heroína ou soro da verdade ou até mes
- Ufa... enfermeira, traga uma maca e encaminhe-o para a ala 4.