domingo, 29 de novembro de 2009

Viajando no ônibus - 3° divagação



Estou sem nada para ler, o que fazer?
Feche os olhos.
Respire fundo.
Isto.
Ouça o que há ao seu redor.
Pesque a conversa alheia.
É muito interessante. 
Uma viagem sonora, uma cacofonia, um palimpsesto nonsense.


Ô motorista, vai descer, abre a porta aí porque segundo a dialética negativa do Adorno, aquele professor filha da puta passa na Paulista, vê que coincidência? Além disso eu briguei com meu pai de novo, maldito governo, e depois encontrei ele na festa de ontem super bêbado e, desesperado porque perdi meu emprego, fiz minhas unhas num salão perto de casa no dia que choveu pra caralho. Falando nisso, quando eu era pequeno eu tava trampando lá no banco, mas eu tava meia calabreza e meia escarola e acabei voltando a pé por causa do cara que vem com a mesma roupa todo dia. É muito legal, tá no youtube, até tirei foto, ele teve filhos super cedo e não sei porquê todo mundo fala tanto no livro que tem piscina, quadra, cento e noventa e dois cavalos e vi em promoção nas casas bahia. Na hora eu não acreditei e gritei Deus do céu, que calor infernal é esse, eu te amo, quer que segure sua dívida externa com fritas?



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