quinta-feira, 3 de maio de 2007

Tecendo um Labirinto


Perdido eternamente
Em seu infinito particular
Em seu labirinto sem saída

Costurava um tecido disforme
Talvez remendos em farrapos
Uma camisa de força talvez

Emendava fios que arrebentavam
Emaranhava novelos de linhagens
Com confusos carretéis
Dava nós cegos na linha do tempo

A fresta da agulha é estreita demais
A agulha de chumbo que transcende
O pretérito imperfeito
Eras que eram um presente
Futuro que um dia entrará para a história

Quando tudo estiver por um fio
Quando a ponta da linha do raciocínio se perder
Quando a camisa de força rasgar
Ou mesmo quando a agulha se trincar
O fio de Ariadne para mais nada há de adiantar




imagem - A persistência da Memória de Salvador Dalí

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